As aplicações de fertilizantes foliares nitrogenados no período de verão, realizadas comumente após o estabelecimento das chuvas, que ocorrem geralmente no último trimestre do ano na região sudeste, já são consolidadas como uma forma de estimular o desenvolvimento vegetativo dos canaviais, preferencialmente após a realização de um “manejo pré e pós seca”, que busca manter a planta o mais ativa possível fisiológica e metabolicamente ao longo do período de estresse.
Contudo, a problemática das queimadas, que ganhou destaque nesta safra, devido à intensidade e quantidade de focos de incêndio registrados, que chegam a 7.500 em SP até incríveis 9.700 em MG, e que devastaram uma área de aproximadamente 500.000 hectares nos dois estados citados, vem chamando a atenção para o uso das aplicações foliares como uma estratégia nutricional para o manejo de canaviais atingidos pelo fogo.
Estudos recentes apontam que em áreas de cana-de-açúcar atingidas por queimadas, existe uma perda expressiva, da ordem de até 70% de alguns nutrientes comumente utilizados na adubação via solo, como o enxofre (S), boro (B) fósforo (P) e que podem chegar a até 100% no caso do nitrogênio (N) por exemplo, principalmente em cenários em que o adubo foi aplicado sobre a palhada, e não incorporado ao solo.
Via de regra, em regiões em que houve a ocorrência de chuvas de mais de 30 mm após a adubação superficial sobre a palhada e a posterior ação do fogo no canavial, preconiza-se a reposição de 40 a 50% por cento dos nutrientes citados acima, sendo a aplicação foliar destes, uma excelente alternativa para atingir um melhor aproveitamento por parte da planta, em função da possibilidade de parcelar a entrada destes elementos e também devido à disponibilidade e absorção imediata destes nutrientes, bem como uma resposta rápida à possíveis carências nutricionais na lavoura, se tratando de micronutrientes.
A aplicação foliar de fertilizantes nitrogenados, que possuam também outros nutrientes em sua composição, tais como boro (B), manganês (Mn), zinco (Zn) e molibdênio (Mo), no início da estação das águas é uma excelente opção para estimular o metabolismo hormonal e enzimático do canavial, bem como melhorar o aproveitamento do nitrogênio (N) aplicado. Outros nutrientes como fósforo (P), magnésio (Mg) e enxofre (S), também são importantes nesta estratégia, favorecendo a fotossíntese e a síntese de aminoácidos e proteínas, bem como para a reposição dos nutrientes perdidos em virtude das queimadas.
A utilização de foliares à base de boro monoetanolamina (MEA), em conjunto com a aplicação nitrogenada é também uma excelente forma de complementar a reposição deste nutriente e estimular a multiplicação celular e o pleno estabelecimento vegetativo da cana-de-açúcar, resultando em um canavial vigoroso e produtivo.
Autor: Ebson Silva – Consultor Técnico de Mercado da Union Agro
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