O canavial em plena atividade: uma análise da fisiologia durante a época seca

set. 29, 2023

O canavial em plena atividade: uma análise da fisiologia durante a época seca

Existem diversos estudos científicos que avaliam o crescimento da cana-de-açúcar, comparando variedades, épocas do ano e regiões geográficas diferentes, entretanto, o que não fica dúvidas, é que as maiores taxas de crescimento correspondem ao período chuvoso, em geral, entre outubro e março e menores taxas de crescimento durante os meses de abril a setembro, correspondendo ao período seco.



Conforme trabalho realizado por Guimarães et al. (2017), durante o período chuvoso, a taxa de acréscimo médio da cana-de-açúcar foi de aproximadamente 0,6 toneladas por hectare por dia, enquanto durante o período seco, a taxa média de foi de 0,4 toneladas por hectare por dia, isso corresponde a um aumento de cerca de 50% na taxa de crescimento da cana-de-açúcar durante a época chuvosa em comparação com a época seca.


Nesse contexto o manejo “Stay Green”, mais conhecido como manejo “Pré-seca” tem como objetivo manter a atividade enzimática e fotossintética das folhas da cana-de-açúcar durante o período sem chuvas. A estratégia consiste em manter as folhas verdes, para que a planta não tenha seus processos fisiológicos afetados na condição de estresse hídrico.

As ferramentas mais comuns, que vem sendo adotadas no manejo “Pré-seca” são os bioestimulantes, aminoácidos e complexos de nutrientes ativadores fisiológicos e translocadores de açúcar.


Segundo Godofredo Vitti, os nutrientes potássio, magnésio, boro e fósforo são essenciais para a translocação de açúcares em plantas. Segundo suas pesquisas, o potássio, por exemplo, é importante para a manutenção da pressão osmótica nas células, facilitando a absorção de água e nutrientes, incluindo açúcares, pelas raízes e seu transporte para outras partes da planta. O magnésio, por sua vez, atua na síntese de clorofila, fundamental para a fotossíntese e produção de açúcares. O boro tem a função de estabilizar as membranas celulares, protegendo as células dos efeitos danosos do excesso de açúcares. E o fósforo é um dos principais componentes dos ATPs, moléculas responsáveis pelo armazenamento e transporte de energia nas células, incluindo os açúcares produzidos na fotossíntese. (Adaptado de referência: Vitti, 2015).


Quando se trata de bioestimulantes, as algas vêm ganhando grande importância no manejo pré-seca. Segundo Costa et al. (2018), a A. nodosum, possui compostos bioativos que podem melhorar o desenvolvimento radicular, a absorção de nutrientes e o metabolismo de carboidratos na planta. Além disso, aminoácidos são importantes para a síntese de proteínas e outras moléculas que desempenham um papel importante no crescimento e desenvolvimento da cultura.


Portanto, esse manejo, confere maior tolerância ao déficit hídrico, mantendo a planta fotossinteticamente mais ativa, utilizando melhor os recursos como água e nutrientes e fazendo a manutenção da produção de açúcar e biomassa, conservando assim TCH e principalmente ATR.



Gustavo Esteves Cambaúva - Representante Técnico de Vendas da Union Agro


29 set., 2023
Uso de bioestimulantes na agricultura
29 set., 2023
Enxofre – Importante e negligenciado
Share by: