Uso de bioestimulantes na agricultura

set. 29, 2023

Uso de bioestimulantes na agricultura

De acordo com Silva et al. (2016), bioestimulantes, também conhecidos como bioativadores fisiológicos, são substâncias (orgânicas, sintéticas ou microrganismos) que, quando aplicadas na folha, sementes, raízes ou solo, possuem capacidade de alterar e potencializar diversos processos metabólicos e fisiológicos. Segundo Vasconcelos (2006), os bioestimulantes contribuem para o aumento da absorção de água e nutrientes pelas plantas, além de fornecer resistência contra estresses hídricos e resíduos de herbicidas no solo.


Na soja, o uso de extrato de algas Ascophyllum nodosum já é consolidado e começa a partir da semente. Além da utilização do cobalto, molibdênio e níquel no TS ou no sulco de plantio, o uso desses bioestimulantes tem sido posicionado, trazendo benefícios como: emergência mais rápida e uniforme, melhor enraizamento e uniformidade de stand de plantas; isso se dá principalmente porque essas algas são ricas em hormônios juvenoides como auxina, citocinina e giberelina.


No estádio fenológico denominado V4, comumente se utiliza o glifosato como herbicida pós-emergente e, apesar da tolerância das variedades atuais, a soja acaba 'travando'. Nesse contexto, o uso de aminoácidos como fenilalanina, tirosina e triptofano é muito efetivo para amenizar o número de dias enfrentando o estresse. Nessa mesma fase fenológica, o uso de A. nodosum tem sido muito eficiente na parte de arquitetura de plantas, com maior 'engalhamento' e encurtamento de internódios.


Além dos estádios vegetativos, o uso de extrato de algas tem sido muito eficaz no estádio reprodutivo, já que a soja pode passar por intempéries climáticas e começar a produzir etileno (hormônio de envelhecimento), causando assim grande taxa de abortamento floral. O uso de A. nodosum pode diminuir de maneira significativa este efeito, pela ação dos hormônios juvenoides."


O uso de bioativadores fisiológicos à base de algas na cultura da cana-de-açúcar tem se tornado também cada vez mais comum, devido aos benefícios que oferece para o desenvolvimento e produtividade da cultura. Seu uso já é predominante no plantio e corte de soqueira, pois proporciona grande estímulo de crescimento das raízes e brotações da cana-de-açúcar, pela ação dos hormônios de crescimento (juvenoides). Como resultado, nota-se maior enraizamento, maior perfilhamento e vigor de perfilhos, maior capacidade de absorver nutrientes do solo e, consequentemente, maior eficiência na utilização de fertilizantes.


Outro momento oportuno para o uso de algas e aminoácidos tem sido no chamado 'Manejo Stay Green', onde prepara-se a planta para o período da pré-seca e posteriormente pós-seca, determinando assim maior capacidade fotossintética durante o período sem chuvas e maior resistência hídrica.


Em conclusão, o uso de bioestimulantes e aminoácidos apresenta um enorme potencial para a agricultura sustentável e a produtividade agrícola das culturas.

Gustavo Esteves Cambaúva - Representante Técnico de Vendas da Union Agro


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